sábado, 13 de dezembro de 2008

Um Natal Feliz e um Ano cheio de Paz


Queridos ex-alunos,


Este foi um ano de muitas conquistas, certamente de alegrias e dores também.

Espero que todos tenham um Feliz atal e um Execelente Ano Novo.

Que a vida brilhe sempre para todos vocês.


Abraço amigo,


Profª Rosalice

sábado, 22 de novembro de 2008

Como você quer ser visto no ano que vem?

A mensagem é clara. Vamos refletir em que lugar e como pretendemos nos colocar no mundo do trabalho!

Essas idéias seguem para todos aqueles que pretendem dar uma volta por cima nas frustrações de 2008 e pretendem que 2009 seja um ano de muitas realizações.

Tudo de bom a vocês meus alunos que viveram comigo a aventura do conhecimento!

Feliz Natal e um Promissor 2009. Em todos os sentidos!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ensaio sobre o filme O Pefurme: História de um assassino


Muitas são as análises possíveis deste filme. Neste texto deter-me-ei a algumas que penso, constituem o contexto onde toda a história de daquele que julgo ser uma espécie de “herói” – ao menos de si mesmo porque consegue seu intento ao final – se desenrola. Faço já a princípio uma pequena, mas sutil alteração no título original para o qual proponho ser: O perfume: buscando o controle sobre a paixão. Ao final espero que o leitor consiga perceber os fatos que me fizeram “brincar” com o título oficial do livro e do filme.

O livro de Patrick Suskind de 1985, transformado em filme em 2006 nos apresenta, em primeiro lugar, ao mundo da segunda metade do século XVIII na França. A vida de Jean Baptiste Grenouille se desenrola num período que antecede a Revolução Francesa, marco histórico que alterará significativamente a história da humanidade desembocando no que hoje conhecemos como o capitalismo.

Embalada na temática do filme, ou seja, um “mundo dos aromas” destaco alguns aspectos da experiência de Grenouille e tento estabelecer conexões com fatos sociais da época dando a cada um deles eles um caráter “aromático”.

Abandono - O aroma da decomposição

Jean Baptiste Grenouille nasce em 1738, numa França em decadência. Àquela época, a sociedade francesa era dividida em três estados – clero/nobreza/povo – camponeses e burgueses – e vivia um momento de profunda inquietação que antecedeu a Revolução Francesa.

Ao nascer, Grenouille enfrenta o aroma da morte e sobrevive. O aroma de uma sociedade onde ele, enquanto criança, nada valia. As mulheres da nobreza levavam seus filhos para serem amamentados por camponesas as quais abandonavam seus próprios filhos, muitos deles levados a orfanatos como os de Madame Gaillard.

Descartes, um século antes dos fatos descritos no filme, apresentava uma visão crítica da infância: “A infância é antes de mais nada fraqueza do espírito, período da vida em que a faculdade de conhecer, o entendimento, está sob total dependência do corpo.” As crianças que ainda à época de Jean Baptiste – e mesmo depois – eram consideradas estorvos e seres sem nenhuma importância, só passaram a ser uma preocupação social a partir dos anos 1760 – 1770 período em que nosso perfumista já havia consumado seu destino.

Grenouille é então um símbolo de abandono, rejeição e desprezo que marcou naquele período o destino de muitas crianças. Mãe, Madame Gaillard, Sr. Grimal, personagens fétidos de um mundo que se decompunha, de uma sociedade decadente.

Para Descartes, Jean Baptiste, certamente não seria visto como alguém que saiu da infância. Não podemos deixar de considerar que o olfato é dos sentidos, talvez o mais primitivo.

Paixão – O aroma da irracionalidade

Preso ao que tinha como um valor, seu talento único – e lembremos que talento na antiguidade era moeda de troca – Jean Baptiste, conhece Paris, um mundo de odores inexplorados.

É interessante notar seu lugar social em relação aos demais, sua postura “dócil” – um “animal” de carga. De longe sonhava com o que poderia ver, de perto mantém olhos fechados como quem não precisa ver o mundo para senti-lo. Mas Grenouille era um “animal” que pensava com a ganância típica da época. Uma ganância por odores.

É diante da loja do Sr. Pelissier, comerciante de sucesso, representante do poder social que Grenouille inala “Amor e Psique” e sente, pela primeira vez, o aroma da paixão. Em um mundo onde o perfume iniciava sua missão de disfarçar os aromas da podridão, Jean guiado por seu talento inebria-se com os feromônios da jovem ruiva. Seus bilhões de poros o conduzem para um lugar nunca antes visitado, um mundo para além das limitações, o paraíso virginal, o nirvana.

Mas é ali, naquele lugar que experimenta pela primeira vez seu poder de destruir. É ali em meio ao contato com o paraíso que, fugindo de ser identificado como alguém, reencontra a morte que marca sua vida como um ninguém. Ali, diante da morte, percebe que ela leva consigo o cheiro do que é vivo enquanto paixão.
A paixão é um sentimento combatido pelo Iluminismo Francês A razão (humana) deve dominar acima de tudo e acima de todos. Toda e qualquer atividade ou instituição que não fossem puramente racionais deveriam ser combatidas. Trava-se uma luta contra a fantasia, o sentimento, a paixão e às desigualdades sociais, porque a razão é universal. No campo social, econômico, político, religioso, tudo isto levou à demolição, à destruição da ordem constituída. O Iluminismo foi a mola racional propulsora da revolução francesa.
Grenouille é assim um anti-revolucionário que sente o aroma da paixão e, paradoxalmente, o revolucionário que a mata.

Desafio – O aroma da mudança

Grenouille, símbolo paradoxal de uma Revolução, a partir da morte da paixão propõe-se um projeto que poria fim a “sua vida infeliz”: ele aprenderia a preservar os aromas. Não poderia viver a paixão, ato irracional, mas preservá-la como perfume. Ao desafiar o decadente Baldini, Jean Baptiste deixa para trás o mundo do curtume, sai da periferia e se coloca no centro.

G.Baldini, membro da burguesia vê em Granouille a possibilidade de retomar o caminho da ascensão e a fuga da mediocridade. Sua casa que “ensaia um desabamento” mostra outro lado – talvez obscuro – do projeto burguês.

Embora ainda com status de mercadoria, Grenouille, o melhor nariz de Paris, vai aos poucos perdendo a docilidade. A jovem que o persegue no mundo dos sonhos lembra-o constantemente de seu projeto de preservar com a racionalidade das fórmulas e com a disciplina do trabalho duro aquilo que sua alma-psique não pode esquecer: a paixão.

Não conquista sua passagem para a liberdade de graça. Paga com seu talento único – aquele mesmo que Baldini afirma não ser o suficiente para ser um perfumista. Como numa maldição, mais uma vez, aquele que o trata como uma mercadoria, morre, mas na Pont au Change – a Ponte do Câmbio –, local das trocas, mudanças e transformações, somente o desabamento da casa de Baldini, alterou a paisagem.

Liberdade – o aroma da solidão

Sozinho, Grenouille opta por fugir à civilização, resolve subir ao alto das montanhas. Saído do lixo do mercado de peixes, dos fossos do curtume e do porão da loja de perfumes ele objetiva chegar ao local mais alto, a cidade dos verdadeiros perfumistas. Mas antes, pela primeira, vez quer ser livre para experimentar-se, para sentir-se.

Ao buscar tornar-se alguém importante, aquele que finalmente irá aprender a preservar o aroma da paixão, alguém com um lugar num mundo que começa a oferecer oportunidades a todos Grenouille descobre-se um ninguém. Ser, até então, ninguém para todos não tinha tido importância para ele. O sonho que revela sua invisibilidade diante da moça permite a ele perceber seu ser inodoro, sua trágica solidão. Seu fantástico talento se transforma em sua sombria vingança contra o aquele mundo que ainda não se sabia decadente.

Revolta – o aroma da morte

Grenouille, o assassino irracional e apaixonado, buscando provar que existia que era alguém excepcional, transforma-se no matador calculista. Após seu reencontro com o aroma paradisíaco a caminho de Grasse não tem outro objetivo a não ser encontrar a fórmula semelhante ao perfume encontrado em uma “tumba egípcia”.

Monta seu projeto do “perfume original”, um perfume que guarde a essência da paixão humana presente numa virgem. As virgens remetem ao divino, ao mais elevado, diferentes virgens compondo um panteão de “deusas sacrificadas” para preservar eternamente a paixão. Mas somente as virgens da nobreza têm nome: Françoise, Albine e aquela que foi para Grenouille a expressão máxima da paixão. As demais, camponesas, burguesas ou ainda membro da Igreja faziam parte do grupo dos sem nome, da massa.

A descoberta da fórmula racional de produção da essência que traria ao mundo o “perfume original” – os quatro acordes de cabeça, os quatro acordes de coração, os quatro acordes de fundo e a 13ª essência final – é feita, paradoxalmente, junto à “impureza”, uma prostituta. Na busca (ir)racional da paixão, vale qualquer estratégia.

Ignorantes do projeto, membros da sociedade pré-revolucionária, buscam um assassino que não teme a justiça social- Fórum, desafia a racionalidade cientifica – pai de Laura – e desdenha de Deus – Bispo. Uma sociedade frágil diante daquele que, mesmo sendo ninguém para todos, por meio do método da enfleurage extraía o óleo essencial das virgens.

Conquista - o aroma do vazio

Jean Baptiste atinge seu objetivo. Prova, mais para si mesmo do que para o mundo, que era capaz de produzir o “perfume original” – que podemos entender como primordial, primitivo e originário, coincidentemente feminino – um perfume para um mundo e uma sociedade que se masculinizava, que se banhava cada vez mais de racionalidade. Um mundo onde a 13ª essência vem de Laura, “a coroa de folhas de louro” que adornava a cabeça dos imperadores, ruiva de paixão, como a primeira.

Mas ao chegar lá se depara com a ausência. Ao perceber que tinha poder de controlar a tudo e a todos, que era praticamente Deus depara-se com o vazio que só pode ser preenchido com a paixão encarnada. Ao ver, pela primeira vez corpos solitários apaixonados que se completavam nas trocas tem a máxima experiência do vazio.

Para ele não há mais como conter tal descoberta. Desolado e perdido em sua racionalidade banha-se de paixão, de seu Perfume Original. A única saída para o vazio era ter, ao menos uma vez, “com-paixão”.

Retorna ao seu local de origem e ao transformar-se em alimento tem seu primeiro e único ato de amor.

Autora: Profª Dra. Rosalice Lopes

domingo, 26 de outubro de 2008

Um conto sobre grupos*



Era uma vez um homem que trabalhava num grupo.
Um dia, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.
Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo.
Era uma noite muito fria.
O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o à sala da lareira... e lá ficou, quieto, esperando.
O líder acomodou-se mas... não disse nada.
No silêncio que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno da lenha, que ardia.
Passados alguns minutos, o líder examinou as brasas.
Cuidadosamente selecionou uma delas,a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado.
Voltou então a sentar permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto.
Aos poucos, a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez.
Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.
O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado por sua visita e pelo belíssimo sermão.
Estou voltando ao convívio do grupo.

O conto foi enviado por uma aluna da Psicologia, Janina Gondim.

domingo, 12 de outubro de 2008

Algumas dicas

Este é para vocês verem e refletirem muito.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O que é Psicologia? Uma introdução


Psicologia é o estudo científico do comportamento e dos processos mentais. Psicólogos podem estudar tanto os comportamentos ditos “anormais” como todos aqueles que estão presentes nas ações humanas em geral. Psicólogos também estudam os comportamentos animais.

No final do século XX a Psicologia cresceu de forma surpreendente tanto em termos de novas tecnologias de pesquisa, campos de investigação como novas abordagens para estudo dos comportamentos e processos mentais.

O campo da Psicologia é muito vasto. Segundo a APA – American Psychological Association, de mais de 100 anos e a APS – American Psychological Society fundada em 1988, podemos registrar por volta de 51 campos de aplicação da ciência Psicológica, entre eles a Psicologia Jurídica.

Destacando algumas delas.....

· Psicologia do Desenvolvimento: preocupa-se com os processos de crescimento, desenvolvimento e mudanças ao longo da vida, desde o período pré-natal e infância, passando pela adolescência, idade adulta, terceira idade e morte.
· Psicologia Fisiológica: volta sua atenção para os sistemas neurais e químicos do corpo, enfim a natureza biológica do comportamento, pensamentos e emoções humanas.
· Psicologia Experimental: investiga os processos psicológicos básicos, tais como aprendizagem, memória, sensação, percepção, cognição, motivação e emoção.
· Psicologia da Personalidade: volta sua atenção para a diferença entre as pessoas com relação a traços tais como ansiedade, agressividade, auto-estima, sociabilidade, motivação, buscando determinar as causas dessas diferenças.
· Psicologia Clínica e Aconselhamento Psicológico: é o campo onde se desenvolvem as atividades de diagnóstico e tratamento quer sejam de problemas comuns de adaptação que quaisquer um de nós enfrenta ao longo da vida, quer seja de distúrbios psicológicos de natureza mais grave.
· Psicologia Social: busca descobrir de que modo as pessoas influenciam-se mutuamente em termos de pensamentos ações e sentimentos, como as atitudes são formadas e modificadas, o preconceito, a vergonha, a humilhação social, se o nosso comportamento é o mesmo independente de estarmos sozinhos ou em grupos.
· Psicologia Industrial e Organizacional: estuda as questões relativas aos ambientes de trabalho e outros tipos de organização. Como selecionar funcionários, como melhorar a produtividade e as condições de trabalho.
· Psicologia Jurídica: é o campo de interface com o direito onde são desenvolvidas atividades mediadas por dispositivos jurídicos. Nela o profissional pode trabalhar com diagnósticos, prognósticos, orientação e pesquisa.


Diante da diversidade de campos de aplicação, nos perguntamos quais são as questões permanentes que envolvem todos os psicólogos, independente da atividade que desenvolvam, as quais, mantêm a unidade da ciência psicológica?

1) Pessoa-situação: o comportamento é mais influenciado pelos processos internos às pessoas: emoções, motivações valores, personalidade, genes, etc, ou é causado por fatores externos – incentivos, tipo de ambiente, presenças de outros – a essas mesmas pessoas?
2) Natureza-criação: a pessoa que sou é decorrência de tendências inatas – algo que é herdado, genético - ou um reflexo de minhas experiências e da maneira como sou educado?
3) Estabilidade-mudança: o que sou na infância é o que sou na vida adulta? As nossas características pessoais são fixas ou mudam de maneira previsível – ou imprevisível – ao longo da vida?
4) Diversidade-universalidade: até que ponto somos: iguais a qualquer outro, iguais a alguns, iguais a ninguém. A questão da diversidade humana é a principal preocupação dos psicólogos e possivelmente um dos focos de conflito com a ciência do Direito.
5) Mente-corpo: qual a relação entre nossas experiências internas e nossos processos biológicos. De que maneiras mente-corpo estão conectados.

Psicologia como ciência

A Psicologia é uma ciência porque, como outras, se baseia no método científico quando busca respostas para suas perguntas.

Isso significa que psicólogos coletam dados por meio da observação cuidadosa e sistemática; tentam explicar o que observam por meio do desenvolvimento de teorias, fazem novas previsões – hipóteses – com base nessas teorias e, então testam sistematicamente tais previsões por meio de observações e experimentos adicionais, a fim de determinar se estão corretos.


B – O crescimento da Psicologia


Wilhelm Wundt: a origem da Psicologia

A Psicologia nasceu em 1879, com a criação do primeiro laboratório de psicologia na Universidade de Leipzig, na Alemanha. Wundt deu importância central à atenção seletiva – processo por meio do qual determinamos em que vamos prestar atenção em um determinado momento. Para ele a atenção era ativamente controlada por intenções e motivações. Por outro lado a atenção controla outros processos psicológicos, como percepções, pensamentos e memórias.


Sigmund Freud: psicologia psicodinâmica

De todos os representantes da Psicologia, Freud é sem dúvida o mais conhecido e o mais controverso. Doutor em medicina, desenvolveu várias pesquisas e relutou muito até atender em consultório particular em Viena. Seu trabalho com pacientes o convenceu que muitas doenças nervosas tinham origens psicológicas em vez de fisiológicas. Afirmava que os seres humanos não são tão racionais quanto imaginam e que o livre-arbítrio é uma grande ilusão.

Para ele somos motivados por instintos e impulsos inconscientes que não estão disponíveis na parte racional e consciente de nossa mente. Embora não tenha sido o primeiro a falar em inconsciente, via este como um “dinâmico caldeirão de impulsos sexuais e agressivos primitivos, desejos reprimidos, medos e vontades inomináveis e memórias traumáticas da infância”.

Embora reprimidos – escondidos da percepção – sofrendo a ação de forte censura, os impulsos inconscientes, por sua vez, exercem pressão sobre a mente consciente. Se expressam de maneiras disfarçadas como nos sonhos, manias, lapsos de linguagem e doenças mentais ou ainda através da arte e literatura.

Freud criou o método da associação livre para desvendar os mistérios do inconsciente. Sua teoria é controversa, pois sugere que freqüentemente não estamos conscientes de nossos verdadeiros motivos e assim, não estamos inteiramente no controle de nossos pensamentos e comportamentos. Embora os autores do texto sugiram que a Psicanálise – ou psicologia psicodinâmica tenha perdido influência nas últimas décadas, isso é claramente questionável. Possivelmente reflete a posição de acadêmicos americanos.

Para Freud a mente estaria dividida em Id, Ego e Superego. O id é a sede dos impulsos é a sede da vida mental inconsciente que se manifesta nos sonhos e atos falhos. O ego é a sede da vida mental consciente embora nem tudo esteja imediatamente consciente, ou seja, uma das funções dos ego é a memória – além da percepção, raciocínio, etc. O superego é a sede da censura. É formado ainda na primeira infância e refere-se à internalização das proibições paternas.

B.F.Skinner: o behaviorismo

Já na primeira década do século XX, uma nova tendência surge na Psicologia, questionando a introspecção ou a auto-observação, quer nos laboratórios ou no divã do analista. Skinner acreditava que os psicólogos deveriam estudar apenas o comportamento observável e mensurável. Preocupado em produzir mudanças no comportamento e em descobrir as leis naturais do comportamento durante esse processo adicionou um outro elemento ao repertório behaviorista: o reforço.

O reforço, ou recompensa, pode ser entendido como o estímulo que faz com que um comportamento de instale no sujeito. Skinner realizou predominantemente pesquisas com animais – ratos e pombos, porém os resultados de suas idéias foram significativamente explorados em atividades e pesquisas junto a seres humanos.


Abraham Maslow: psicologia humanista-existencial.

Os teóricos da psicologia humanista-existencial desenvolveram uma abordagem mais holística, na qual sentimentos e anseios assumiram um papel principal. Os teóricos dessa abordagem enfatizaram o potencial humano e a importância do amor, do sentimento de fazer parte de algo, da auto-estima e da expressão pessoal, da auto-realização. A psicologia humanista destaca como objetivo atingir o potencial total de uma pessoa.

A psicologia existencial é uma escola de pensamento que atribui problemas psicológicos a sentimentos de alienação na vida moderna. Seu objetivo é guiar as pessoas em direção a uma identidade interior e à liberdade de exercer sua vontade pessoal.

Referências:

GAZZANIGA, M.; HEATHERTON, T.F. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: ARTMED, 2005.

MORRIS, G. E MAISTO, A. Introdução à psicologia. Tradução Ludmilla Lima, Marina Sobreira Duarte Baptista. São Paulo: Prentice Hall, 2004

sábado, 9 de agosto de 2008

Prisioneiras de uma mesma história: O amor materno atrás das grades



Tese de Doutorado: Título originalPrisioneiras de uma mesma história : o amor materno atrás das grades.
Autor: LOPES, R. rosa.castell@hotmail.com
Unidade Instituto de Psicologia (IP)
Área de concentração: Psicologia Social
Orientadora: Eclá Bosi
Ecléa Bosi
Ronilda Ribeiro
Marilene Proença Rebello
Data da Defesa23/09/2004
Resumo Original: O estudo enfoca o amor materno em mães presas da Penitenciária Feminina do Tatuapé - São Paulo, no período de 2001 a 2003. A partir dos relatos de 30 mães entrevistadas e com referência nas áreas de Psicologia, Direito, Sociologia, História e Filosofia, identificou-se que o discurso sobre o amor materno é uma construção social de gênero com matizes de inteligibilidade específicos. O amor materno descrito por essas mães evidencia, de um lado, valores de caráter mais arcaico e universal na cultura humana, os quais conferem à experiência amorosa qualidades sobre-humanas de onipotência, imortalidade e indivisibilidade. De outro lado, exprime valores tipicamente burgueses - o sonho da maternidade, o amor romântico, o ideal de família, filho como dom e a mãe modelar - presentes na cultura ocidental a partir dos séculos XVIII e XIX. A manifestação do amor dessas mães por seus filhos sofre a influência de suas experiências concretas enquanto filhas e da relação que puderam - ou não - construir com seus filhos antes do encarceramento. Mães presas que viveram pouco tempo com suas próprias mães ou com seus filhos tendem a manifestar um maior grau de idealização das qualidades amorosas da mãe e do amor materno. Mães que puderam experimentar o amor materno de forma consistente deixam evidente que ele é construído na relação presencial com o filho. As prisões não foram pensadas para abrigar mulheres e refletem, em suas práticas, valores androcêntricos. A forma atual como essa instituição media os contatos entre as mães presas e seus filhos indica a presença de estereótipos e preconceitos e pode ser considerada como um obstáculo à manutenção da relação amorosa. O estudo aponta que se faz necessário adotar medidas corretivas no sistema prisional, de modo a garantir o direito às mães de exercerem sua maternidade, e sugere alternativas para essa situação, tendo em vista, sobretudo, que a proximidade com os filhos é fator de saúde mental e estímulo no processo de reinserção social.
Título em Inglês: Prisioners from the same history : maternal love behind the jail.
Resumo em Inglês: This study emphasizes the maternal love in women which are prisioned in a Feminine Jail in Tatuapé - São Paulo, in the period from 2001 to 2003. From 30 interviewed mothers' tellings and with reference to the areas of Psychology, Laws, Sociology, History and Philosophy, it is identified that the speech about the maternal love is a social construction of genre with peculiarities of specific inteligibility. The maternal love which is described by these mothers evidences, by one side, values of archaic and universal character in the human culture, which confer to loving experience over human qualities of onipotency, immortality and indivisibility. By other side, it expresses values tipically belonged to middle-class - dream of the maternity, the romantic love, the ideal of the family, the son as a gift and the model mother - presented in the ocidental culture from the 18th century and the 19th centuries. The manifestation of these mothers' love for their children suffers influence from their concrete experiences as daughters and the relationship which have lost - or not - with their sons before the prision. Jailed mothers who have lived little time with their own mothers or sons and have a tendency to show a greater grade of idealization of the tender qualities of the mother and the mother love. Mothers who can try the maternal love in a consistent way, they leave evident that this love is built in a presence relation with the child. The prisons aren't projected to sheld women and they reflect, in their practices, masculine values. The current way as this institution mediates the contacts between the prisioned mothers and their children indicates the presence of stereotypes and prejudices and this may be considered as an obstacle to the mantennance of the love relation. So, this research indicates that it is necessary to adopt corretive measures in the prision system, so as to garantee the rights to these mothers in order to exert their maternity , and it suggests alternatives to this situation emphasizing, overalls, that the proximity with the children is a factor of mental health and stimulation in the process of social reintegration.
Fonte: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-30012008-141820/